O Redmi Note 14S chega como uma atualização modesta dentro da linha intermediária da Xiaomi, trazendo visual refinado, tela AMOLED com bom brilho e câmeras encabeçadas por um sensor de 200 MP. Apesar do nome novo, o aparelho reaproveita boa parte de um projeto anterior, mas inclui pequenas melhorias em construção, som e carregamento para se manter competitivo no segmento 4G. Será que vale a pena comprar esse intermediário da Xiaomi? Confira nossa análise completa.

O Redmi Note 14S vem em caixa clara com a ilustração do aparelho na tampa. Além do celular, você recebe os seguintes acessórios:

• Carregador com 67W de potência
• Cabo USB no padrão C
• Guia do usuário
• Capa de silicone
• Chavinha da gaveta do SIM Card

Como a Xiaomi adora reaproveitar projetos de outras linhas, o Redmi Note 14S nada mais é do que um Redmi Note 13 Pro relançado com pequenas mudanças. A principal diferença está nos aros das câmeras, que agora estão menores, com bloco elevado que deixa o conjunto fotográfico mais saltado da traseira. Além disso, o aparelho ganhou certificação IP64.

Parte do design segue a mesma identidade visual de antes. Das três câmeras traseiras, duas ficam em aros maiores que ajudam a reforçar a presença do sensor principal. A terceira câmera é menor e se alinha ao flash de LED, completando o conjunto fotográfico.

Não há mais aquelas faixas em tons diferentes na parte superior do aparelho. O Note 14S adota um visual mais uniforme. Além do tom de azul claro que testamos, também encontramos uma variante roxa e outra preta no mercado.

A construção é toda em plástico com acabamento fosco, e a parte frontal conta com vidro protegido por Gorilla Glass 5, garantindo boa resistência contra riscos e quedas. Com a nova certificação IP64, o Redmi Note 14S passa a contar com uma proteção um pouco mais robusta contra poeira, além de manter resistência a respingos.

Na parte da frente, o aproveitamento de tela continua bom, com bordas finas e um pequeno furo centralizado no topo para a câmera de selfies. O leitor biométrico fica sob o display e funciona bem, ainda que apresente um leve atraso para ser ativado quando a tela está apagada.

Entre os destaques de conectividade e praticidade, o Redmi Note 14S mantém a entrada para fones de ouvido no topo, o emissor infravermelho — útil para controlar dispositivos eletrônicos — e o slot híbrido para cartão microSD, que também comporta dois chips, caso você não precise expandir o armazenamento.

Em conectividade, o modelo traz Wi-Fi de quinta geração com banda dupla, NFC e Bluetooth 5.3. Ele fica devendo suporte a redes 5G.

A tela do Redmi Note 14S traz um painel já conhecido: temos um AMOLED de 6,67 polegadas com resolução Full HD+ e taxa de atualização de 120 Hz. A taxa é adaptativa e varia de 30 a 120 Hz conforme o conteúdo exibido, contribuindo para uma navegação fluida e maior economia de bateria.

A Xiaomi promete brilho máximo de 1.300 nits, e nossos testes mostraram que o aparelho consegue ir além dessa marca, alcançando até 1.600 nits no modo automático. No ajuste manual, o brilho fica em torno da metade desse valor. Esse desempenho garante uma boa visibilidade em ambientes externos sob luz solar intensa, oferecendo uma experiência satisfatória. Ainda assim, existem modelos da própria Xiaomi no mesmo segmento com telas mais brilhantes.

O painel fica devendo suporte a HDR, mas cobre uma ampla gama de cores, com boa calibração de fábrica. A tela ainda conta com recursos para conforto visual, como modo leitura, redução de luz azul e controle de temperatura de cor. O sensor de toque responde a uma taxa de 2160 Hz, garantindo ótima responsividade, especialmente em jogos mais exigentes.

A parte sonora é um dos destaques do aparelho por conta de suas três saídas de som. O alto-falante de chamadas atua em conjunto com a saída sonora na parte superior do aparelho, formando um sistema estéreo com o alto-falante principal localizado na parte inferior. O resultado é um som equilibrado, com boa separação entre graves, médios e agudos.

A potência sonora máxima fica um pouco abaixo de outros modelos da marca que testamos recentemente, mas ainda assim oferece um desempenho satisfatório no uso diário. O aparelho também conta com um equalizador completo, além de suporte ao Dolby Atmos, que vem ativado por padrão e contribui para uma experiência sonora mais imersiva.

O Redmi Note 14S vem equipado com o chipset Helio G99 Ultra, uma versão levemente aprimorada do Helio G99 da MediaTek, voltada para entregar melhor desempenho e eficiência energética em um aparelho 4G. A CPU octa-core combina dois núcleos Cortex-A76 de alto desempenho com seis A55 voltados à economia de energia. A GPU é a Mali-G57.

Testamos a versão com 8 GB de RAM, e, nesse caso, o desempenho multitarefas deixou a desejar. O aparelho teve dificuldade em manter vários apps abertos ao mesmo tempo, sendo comum o recarregamento de conteúdos na maioria dos aplicativos. Não é de hoje que vemos os intermediários da Xiaomi sofrendo com mau gerenciamento de memória.

Nos testes de benchmark, o Note 14S atingiu pouco mais de 400 mil pontos no AnTuTu, o que o posiciona entre os intermediários mais consistentes da categoria 4G.

Nos jogos, o desempenho foi satisfatório. Em Call of Duty Mobile, conseguimos rodar o game com qualidade gráfica no Médio e taxa de quadros em Alta, com anti-aliasing ativado. Em PUBG, a opção HD com taxa de quadros Alta também rodou de forma fluida, embora os recursos gráficos extras estivessem indisponíveis.

Outro ponto que não impressiona no Redmi Note 14S é a autonomia. A bateria de 5.000 mAh entrega uma boa duração apenas para quem faz uso moderado do aparelho. Em nossos testes, que incluíram navegação, redes sociais, reprodução de vídeos e alguns jogos leves, o celular alcançou cerca de 26 horas de uso contínuo.

Pelo menos a Xiaomi compensa esse desempenho mediano com um carregador de 67W incluso na caixa — muito mais potente do que os carregadores de 15W ainda comuns em outros intermediários.

Graças a isso, o aparelho leva menos de uma hora para ter a bateria completamente recarregada. Em apenas 15 minutos na tomada, conseguimos recuperar 34% da carga. Após 30 minutos, o nível chegou a 69%, o suficiente para garantir várias horas de uso moderado.

O conjunto de câmeras do Redmi Note 14S é composto por três sensores traseiros: uma câmera principal de 200 MP, uma ultra-wide de 8 MP e uma câmera macro de 2 MP. Na parte frontal, há uma câmera de 16 MP para selfies.

A câmera principal utiliza agrupamento de pixels para gerar imagens de 12,5 MP por padrão. Esse processo resulta em alguma perda de nitidez, perceptível apenas ao visualizar as fotos em telas grandes ou ao aplicar zoom em áreas específicas. Ainda assim, a qualidade geral é boa e atende bem para uso em redes sociais.

Padrão | 200 MP

É possível fotografar com os 200 MP completos, mas não espere um ganho real em definição. O hardware modesto da MediaTek limita o processamento de imagens, o que também afeta a faixa dinâmica. Isso compromete fotos em fins de tarde ou sob iluminação mais desafiadora, e o modo HDR não compensa totalmente essas limitações.

O sensor de alta resolução ajuda a compensar a ausência de uma câmera teleobjetiva. Como o zoom é digital, o aparelho faz a captura em resolução máxima e recorta a área de interesse, o que resulta em fotos mais nítidas do que em outros aparelhos da mesma faixa de preço.

Principal | Ultra-wide

A câmera ultra-wide cumpre sua função básica, sem perder muito contraste e tonalidade das cores. Por ter um sensor mais simples, há queda de textura visível ao ampliar as imagens e apresenta HDR mais limitado para lidar com excesso de luz de fundo. À noite, as fotos não são descartáveis, mas apresentam bordas suavizadas e reflexos de luz.

Macro

A macro de 2 MP segue o padrão dos intermediários: limitada e de uso pontual. Já a principal se sai bem em ambientes noturnos, com boa nitidez, cores vibrantes, contraste equilibrado e pouco ruído. O modo retrato funciona bem, mesmo com pouca luz.

Noturno

A câmera frontal de 16 MP registra boas selfies em ambientes iluminados. Em locais escuros, há perda de nitidez, mas o resultado ainda é aceitável. As cores são naturais e o tom de pele bem reproduzido. O modo retrato desfoca bem o fundo, embora o efeito possa parecer um pouco artificial em algumas situações.

Selfies

Por fim, a filmadora decepciona por registrar vídeos apenas em Full HD. Com um sensor de 200 MP, seria razoável esperar suporte a 4K. A qualidade dos vídeos é apenas mediana, com nitidez aceitável e cores agradáveis. A estabilização não lida tão bem com o excesso de tremidos, porém o foco é ágil e a captura de áudio em estéreo tem qualidade satisfatória.

O sistema operacional do Redmi Note 14S é o Android 14, modificado com a primeira geração da interface HyperOS. No entanto, o modelo já se mostra defasado em comparação com lançamentos mais recentes da própria Xiaomi, que chegaram ao mercado com o Android 15 e uma versão mais atual do HyperOS.

A interface aposta na usabilidade, com recursos como a Barra Lateral, que permite acesso rápido aos seus apps favoritos de qualquer tela, e o suporte a janelas flutuantes, que melhora a experiência multitarefa. O leitor biométrico sob a tela também oferece uma função extra: ele pode ser usado como sensor de batimentos cardíacos.

Há ainda algumas ferramentas baseadas em inteligência artificial. Uma delas é o assistente Google Gemini, que oferece comandos de voz e interações contextuais mais naturais, contribuindo para uma navegação mais dinâmica.

A galeria de fotos também traz recursos com IA, como a borracha mágica, que remove objetos indesejados das imagens, e filtros criativos que simulam diferentes condições de iluminação ou céu. A performance dessas funções no Note 14S é razoável, mas apresenta certa lentidão em comparação com modelos mais avançados.

Vale a pena investir em intermediário 4G ou é melhor optar por um modelo 5G da concorrência? O Galaxy A26 pode até ser encontrado mais barato em ofertas, e embora tenha um design mais ultrapassado com entalhe em formato de gota e bordas largas, oferece uma proteção superior contra água. O brilho máximo da tela é semelhante ao do Redmi, mas ele perde na parte sonora por conta do áudio mono. Em desempenho, é mais ágil no uso multitarefa, enquanto a bateria dura um pouco menos e leva mais tempo para recarregar. A câmera tem zoom mais limitado, mas não fica muito atrás na qualidade geral das fotos.

O Moto G75 se apresenta como uma alternativa mais avançada. Ele tem um design mais caprichado, com proteção contra água e resistência a condições ambientais adversas. Por outro lado, deixa a desejar por não trazer uma tela AMOLED, e o nível de brilho da tela fica abaixo do oferecido pelo Redmi Note 14S. O som estéreo agrada tanto em potência quanto em qualidade. Em desempenho, também se mostra mais ágil no uso com vários aplicativos abertos, embora a autonomia da bateria seja um pouco inferior e o tempo de recarga maior. Nas câmeras, o G75 é mais limitado para fotos, mas se destaca no conjunto de vídeo, entregando gravações com melhor qualidade e estabilidade.

Pontos fortes

• Boa experiência multimídia
• Bom zoom digital
• Faz boas fotos noturnas

Pontos fracos

• Modelo reaproveitado de antiga geração
• Desempenho abaixo da média
• Bateria poderia durar mais
• Falta filmadora 4K